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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Tabagismo em gestantes

A exposição do feto ao fumo materno é o exemplo mais grave de tabagismo passivo. Cerca de 60 estudos envolvendo 500 mil mulheres grávidas mostraram com fortes evidências que os recém-nascidos de gestantes fumantes têm peso inferior ao das gestantes que não fumam (redução média de 200 g) e a chance dobrada de parto prematuro.

Existem evidências de que a exposição de gestantes não-fumantes à poluição tabagística ambiental (PTA) também pode reduzir o peso do recém-nascido (média 33 g).Dentre outros desfechos indesejáveis da gestação em fumantes estão o risco aumentado de placenta prévia, gravidez tubária, aborto espontâneo e síndrome da morte súbita na infância.

A redução da função pulmonar em recém-nascidos de gestantes fumantes pode contribuir para o desenvolvimento ou agravamento de asma durante a vida dessas crianças, maior susceptibilidade à hiper-reatividade brônquica e predisposição à doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) na vida adulta. O tabagismo é uma das poucas causas evitáveis dessas complicações.

As intervenções durante a gestação são de elevada relação custo-efetividade na preservação da vida e na redução de danos à saúde. Os maiores índices de cessação tabagística em mulheres ocorrem durante a gravidez, porém, apenas 1/3 continua abstinente após um ano, fato que mostra a importância de intervenções para a prevenção da recaída.

Uma análise de 64 estudos com mais de 20 mil gestantes mostrou significativa redução do tabagismo durante a gravidez no grupo que recebeu intervenção precoce para deixar de fumar.

Os 16 ensaios que continham informações perinatais revelaram que a cessação tabágica promoveu a redução do baixo peso ao nascer e da prematuridade e aumento do peso ao nascer (11-55 g).

Na abordagem desse grupo especial de pacientes devem ser consideradas as seguintes recomendações:

-Orientações:aconselhamento breve para cessação e treinamento de habilidades para prevenir a recaída como parte da rotina do pré-natal. As gestantes devem ser orientadas a parar sem medicação, sempre que possível;

-Informações:fornecer informações de forma clara, exata e específica, o mais precocemente possível, sobre os riscos para o feto e para a gestante, com orientações para deixar de fumar;

-Intervenções:preferir as intervenções intensivas com especialistas treinados sempre que possível;

-Medicamentos: O uso da terapia de reposição de nicotina (TRN) durante a gravidez depende da avaliação de cada caso. Deve-se sempre considerar os riscos da droga (potencial toxicidade para o sistema nervoso central do feto) em relação aos possíveis benefícios obtidos com a cessação. Preferir as formas de liberação rápida, como a goma de nicotina. Deve-se alertar fortemente para a suspensão da TRN se a gestante voltar a fumar.Segundo diretrizes internacionais, há benefícios para mãe e feto se a TRN levar à cessação do tabagismo.De acordo com evidências atuais disponíveis, a bupropiona e a vareniclina não são recomendadas para o tratamento do tabagismo na gestante;

-Acompanhamento: as intervenções devem ser oferecidas em todo o curso da gestação em razão dos benefícios que podem advir da abstinência para o binômio gestante-feto em qualquer fase da gestação.Estima-se que 40% das gestantes param de fumar espontaneamente, decidindo fazê-lo, primariamente, pela saúde do rebento e, secundariamente, por si própria.

As intervenções são indicadas para aquelas que continuam fumando, pois, geralmente, estas apresentam maior nível de problemas psicossociais e maior grau de dependência nicotínica.A escolha entre aconselhamento individual ou em grupo deve ser feita pela gestante. Materiais escritos especificamente para as gestantes reforçam essas informações.

Algumas considerações relevantes na abordagem da mulher fumante:

-A intervenção mais eficaz no tabagismo materno é a prevenção da iniciação e o estímulo à cessação nas jovens antes de engravidar, através de ações de proibição do fumo em todo ambiente público, aumento do preço do cigarro, estímulo à prática de esportes e programas de cessação tabagística, inclusive nos locais de trabalho;

-A gestação deve ser aproveitada como um "momento" para intervenções, visando à saúde da gestante e do feto, mas também uma oportunidade de:cessação para o restante da vida dessas mulheres;

-São necessários mais estudos para definir a segurança e a eficácia do uso de medicamentos durante a gestação, incluindo a relação risco/benefício em função do grau de dependência nicotínica e do medicamento.

Fonte:
Diretrizes para Cessação do Tabagismo(2008).

2 comentários:

  1. bom eu fumo 2 massos de cigarro por dia e estou gestante de 3 meses se eu parar agora ou diminuir para menos da metade meu bebe ainda pode nascer com algum problema

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  2. Estou grávida de 3 meses,e as vezes fumo um ou dois cigarros no dia,geralmente quando fico nervosa ou anciosa,gostaria de saber quais os riscos meu bebê corre,estou prejudicando ele mesmo fumando uma vez ou outra

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